"Perdoar é difícil porque não
pressupõe reciprocidade, tampouco deve se vincular a escancaradas ou
tímidas demonstração de arrependimentos justamente por uma razão: Não
perdoo para o outro, mas para mim.
É o perdão que me liberta do
corrosivo sentimento de ter si injustiçado, vítima de qualquer coisa,
ainda que de fato eu tenha sido ofendido. Estou falando sobre um passo
além, sobre uma perspectiva acima, sobre um olhar transcendente que não
pode se condicionar a nenhum tipo de expectativa, deixando-se sequestrar
na dependência de que, antes que eu perdoe, o outro me peça perdão.
Arrepender-se, pedir perdão, tomar
consciência da ofensa é importante para o ofensor, isso o libertará do
peso do ato, ainda que porventura tenha de pagar pelo que fez. No
entanto, meu perdão só será genuíno se, quando o arrependido chegar,
antes ele já estiver sido perdoado por mim.
Não é fácil e talvez por isso seja um exercício tão profundo e tão pouco praticado.
Experimente!"
Retirado do livro "Mensagens que chegam pela manhã"
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